A menina do metrô

É fato que ninguém gosta de trabalhar no feriado mas, ele tinha acordado cedo e pegado o trem rumo a capital naquele feriado frio. Coisas da profissão que não permitia descanso em feriados.
Ele não havia levado o game que costumava jogar todos os dias, dessa vez tinha optado por um livro e o mp3 cheio de músicas.
Até a metade do caminho ele já havia lido pouco mais de 100 páginas e no último mês 3 livros já tinham sido devorados. Essa marca queria dizer que as coisas não iam bem, nessas ocasiões ele preferia ficar no mundo da fantasia onde os problemas são muito fáceis de resolver.
Desceu na última estação de trem, mas para ele aquele não era o fim da linha ainda tinha mais algum tempo de metrô.
O metrô estava relativamente vazio naquele dia aliás, aquela era uma vantagem de se trabalhar em feriados
Entrou e escolheu uma das poltronas na janela e foi na terceira estação que ela entrou e sentou do seu lado
Loira e com fones de ouvido e um pequeno piercing no nariz  a menina tinha escritos árabes e uma espécie de cruz tatuada no braço. Também tinha uma Medusa da mitologia que cobria o peito e tatuagens nos pés.
Pelo estilo ele podia apostar o salário todo com quem quisesse que o que a menina escutava nos fones era rock e daqueles bens pesados. Conforme o tempo foi passando ela trocou de música algumas vezes e ele tentou ver quais eram sem sucesso
Era claro que a menina tinha despertado sua atenção quantas tatuagens teria? 10? Talvez mais o que será que pensava naquele instante? Olhou seus pés e também não conseguiu identificar as tatuagens.
Ele achava engraçado com as coisas aconteciam e como o ser humano (no caso ele) era curioso.
A viagem chegou ao destino ela se levantou e desceu com ele que ainda teve uma última chance de olhar a Medusa antes de ela desaparecer pelas escadas

Enquanto ainda via suas costas pensou em como as coisas pequenas podem mudar seu dia e assim ele foi trabalhar.  

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