A vida de um mauricinho da orla carioca
O ano era 1990 talvez 1991 e ele era um cantor famoso daqueles que arrastavam multidões. Suas musicas de teor político ecoav
am em todos os cantos do país. Elas diziam muitas verdades que o povo gostaria de ouvir, e talvez, os políticos não.
“Brasil mostra sua cara” dizia um dos versos de uma de suas músicas mais famosas. Isso é uma coisa estranha. Ele fora criado durante a vida toda em meio à nata da sociedade carioca, estava acostumado a viver ao pé da letra aquele lema: sexo, Drogas e rock`n roll, aliás, muito sexo, muita droga e muito rock`n roll. Não foram poucas as vezes que sua mãe foi lhe tirar do fundo de uma cela na delegacia do bairro. Atitude permissiva típica de membros da alta sociedade.
Como ele haviam muitos iguais na sua época aqueles eram hábitos normais de garotos da alta sociedade. Ele era apenas mais um
Foi por isso que formou sua banda. Com ela poderia correr o Brasil todo e as pessoas iriam amar ele, inflando ainda mais o seu ego enorme. E os versos de protesto? Cairiam como uma luva. Ele era inteligente claro, isso não dava para negar, mas, no meio dos menos favorecidos ele se destacava.
Como dizia o ditado: “em terra de cego quem tem um olho é rei” ele aproveitou isso até o último momento. Agora ele estava em seu apartamento, as farras cobravam um alto preço e agora ele estava doente. Os versos já não eram mais de protesto tinham se transformado em algo muito melancólico perto da depressão e agora retratavam não mais a realidade coletiva, mas a sua própria realidade.
Já não havia ninguém para inflar seu ego. As multidões já não estavam mais lá e só sobraram para ele duas perguntas: Será que valeu mesmo a pena? Ou será que valeria a pena garantir uma boa vida a fazer tudo que fez e acabar morrendo como estava? É uma duvida que vai ficar para a eternidade
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